Teoria da Maiêutica
A Maiêutica foi elaborada
por Sócrates no século IV a.C. Através desta linha filosófica ele procura dentro
do Homem a verdade. É famosa sua frase “Conhece-te a ti mesmo”, que dá início à
jornada interior da Humanidade, na busca do caminho que conduz à prática das
virtudes morais. Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto
determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complicadas.
Sócrates, seu criador, nasceu por volta de 470 ou 469 a.C., na cidade de
Atenas. Ao longo de sua vida ocupou alguns cargos públicos, mas seu
comportamento sempre foi modelo de integridade e ética. Sua educação se deu
principalmente através da meditação, moldada na elevada cultura ateniense deste
período. Ele acreditava não ser possível filosofar enquanto as pessoas não
alcançassem o autoconhecimento, percebendo assim claramente seus limites e
imperfeições. Assim, considerava que deveria agir conforme suas crenças, com
justiça, retidão, edificando homens sábios e honestos, ao contrário dos
sofistas, que só buscavam tirar vantagens pessoais das situações.
Sua forma de viver, porém, com liberdade de opinião, considerações
críticas, ironia e uma maneira específica de educar, provocaram a ira geral e
lhe angariou uma lista de inimigos. Sob a ótica de seus contemporâneos, ele era
visto como líder de uma elite intelectual. Acusado de perverter os jovens e de
substituir os deuses venerados em sua terra natal por outros desconhecidos, ele
negou-se a elaborar uma defesa própria, pois argumentava que seus ensinamentos
eram imortais, não algo para ser compreendido e aceito naquele momento, no
âmbito da vida material. Assim, preferiu morrer, recusando inclusive a fuga
providenciada por seu discípulo Criton, porque não desejava ir contra as leis
humanas. Assim, morreu aos 71 anos de idade, vítima da execução à qual fora
condenado.
O
filósofo busca o conhecimento através de questões que revelam uma dupla face –
a ironia e a maiêutica. Através da ironia, o saber sensível e o dogmático se
tornam indistintos. Sócrates dava início a um diálogo com perguntas ao seu
ouvinte, que as respondia através de sua própria maneira de pensar, a qual ele
parecia aceitar. Posteriormente, porém, ele procurava convencê-lo da
esterilidade de suas reflexões, de suas contradições, levando-o a admitir seu
equívoco.
Por intermédio da maiêutica, ele
mergulha no conhecimento, ainda superficial na etapa anterior, sem atingir
porém um saber absoluto. Ele utilizava este termo justamente porque se referia
ao ato da parteira – profissão de sua mãe -, que traz uma vida á luz. Assim ele
vê também a verdade como algo que é parido. Seu senso de humor costumava
desorientar seus ouvintes, que na conclusão do debate acabavam admitindo seu
desconhecimento. Deste diálogo nascia um novo conhecimento, a sabedoria. Um
exemplo comum deste método é o conhecido diálogo platônico ‘Mênon’ – nele Sócrates
orienta um escravo sem instrução a adquirir tal conhecimento que ele se torna
capaz de elaborar diversos teoremas de geometria.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Aleksander.
ResponderExcluirSócrates deve ter incomodado muito. Mas ao mesmo tempo deve ter sido fascinante.
Já imaginou você ter o poder de argumentação a partir de indagações.
E mais ainda: Eram questionamentos que levavam as pessoas a refletir sobre sua realidade política.
Em ciências usamos um método com o princípio da indagação e questões problemas. É conhecido como problematização, mas, é um método voltado para os conteúdos mais acríticos, somente conceituais em relação aos fenômenos naturais, assim, como o método científico, mas sem utilizar a ironia.
Sócrates vai muito, além disso. E para dizer a verdade nunca vi um professor usar um método que usa a maiêutica e a ironia ao mesmo tempo.
Abraço.
Fique com Deus.