sexta-feira, 25 de maio de 2012

Método Pedagogizador

        O método “pedagogizador” limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado.
Seu suporte é a consideração de que há dois fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de
conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida de outro. A conseqüência para a educação, bem como em termos de propostas pedagógicas, é a restrição à aplicação de técnicas a um sujeito, o aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Em contraposição, propomos analisar um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chamamos este modelo de “modelo educacional”. Mas não consideraremos que diálogo, intersubjetividade, modelo comunicativo, etc., bastem. Será ainda preciso mostrar seus pressupostos teóricos, as implicações decorrentes, e principalmente, como ele pode ser aplicado, aliviando as dificuldades pelas quais passa nossa sociedade, sendo o papel da educação central para compreender essas dificuldades e propor mudanças. Este é um processo complexo, e, evidentemente, a própria educação, especialmente a educação formal, escolar, precisa ser revista com urgência.
        A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação.As práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos, e não autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos, políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos à crítica, são fundamentais para as práticas educacionais. E estas representam o solo de germinação da ação comunicativa. A importância extrema da educação decorre de ela servir como anteparo à tecnicização, à colonização do mundo da vida pelo sistema, mas também deve servir para intervir no meio dinheiro e poder, de modo a enfrentá-los pela democracia e pelo direito.

Um comentário:

  1. Oi Aleksander.

    Ao pensarmos na ideia da intersubjetividade na educação, penso que o filósofo em questão está se referindo a uma educação mais crítica e abrangente da realidade. Penso que uma educação emancipadora pode sim contribuir para uma transformação social em um aspecto mais humano, mais justo e mais ético. No entanto, ao se criticar a escola por fazer uso do método que o autor chama de "pedagogizador - nomenclatura com a qual não concordo - não podemos esquecer que a escola é resultado dos padrões culturais da sociedade, portanto culpar-lhe pela cegueira social é também ser cego diante dos outros fatores que contribuem para isso.

    Vê se concorda comigo: à escola vem sendo atribuído e exigido uma função de redentora que, enquanto resultado da nossa cultura, do nosso modelo de desenvolvimento baseado na produção, no consumismo, na individualização, fragmentação humana, dentre outros é impossível ser atendida por ela hoje. Ainda é necessária muita filosofia!!!

    Abraço

    Fique com Deus

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