Método Pedagogizador
O
método “pedagogizador” limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar
técnicas ao aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado.
Seu suporte é a consideração de que há dois fatores estanques em todos
os processos em que algum tipo de
conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e
uma realidade a ser conhecida de outro. A conseqüência para a educação, bem
como em termos de propostas pedagógicas, é a restrição à aplicação de técnicas
a um sujeito, o aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Em
contraposição, propomos analisar um modelo calcado na intersubjetividade, mais
apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construção de pessoas
emancipadas, criativas, autônomas. Chamamos este modelo de “modelo
educacional”. Mas não consideraremos que diálogo, intersubjetividade, modelo
comunicativo, etc., bastem. Será ainda preciso mostrar seus pressupostos
teóricos, as implicações decorrentes, e principalmente, como ele pode ser
aplicado, aliviando as dificuldades pelas quais passa nossa sociedade, sendo o
papel da educação central para compreender essas dificuldades e propor
mudanças. Este é um processo complexo, e, evidentemente, a própria educação,
especialmente a educação formal, escolar, precisa ser revista com urgência.
A prática da intersubjetividade,
produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade
formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e
argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer
sociedade democrática, essenciais à educação.As práticas educacionais, ao
produzirem indivíduos mais livres, autônomos, e não autômatos, capazes de
avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas
e legitimadas em processos jurídicos, políticos, usando suas próprias cabeças,
e tendo propósitos sinceros e abertos à crítica, são fundamentais para as
práticas educacionais. E estas representam o solo de germinação da ação
comunicativa. A importância extrema da educação decorre de ela servir como
anteparo à tecnicização, à colonização do mundo da vida pelo sistema, mas
também deve servir para intervir no meio dinheiro e poder, de modo a
enfrentá-los pela democracia e pelo direito.
Oi Aleksander.
ResponderExcluirAo pensarmos na ideia da intersubjetividade na educação, penso que o filósofo em questão está se referindo a uma educação mais crítica e abrangente da realidade. Penso que uma educação emancipadora pode sim contribuir para uma transformação social em um aspecto mais humano, mais justo e mais ético. No entanto, ao se criticar a escola por fazer uso do método que o autor chama de "pedagogizador - nomenclatura com a qual não concordo - não podemos esquecer que a escola é resultado dos padrões culturais da sociedade, portanto culpar-lhe pela cegueira social é também ser cego diante dos outros fatores que contribuem para isso.
Vê se concorda comigo: à escola vem sendo atribuído e exigido uma função de redentora que, enquanto resultado da nossa cultura, do nosso modelo de desenvolvimento baseado na produção, no consumismo, na individualização, fragmentação humana, dentre outros é impossível ser atendida por ela hoje. Ainda é necessária muita filosofia!!!
Abraço
Fique com Deus